Quando surgiram as primeiras notícias de uma série inspirada no mundo de Batman, que seria focada em James Gordon, fiquei muito: “vão fazer o arco de Gotham City contra o crime. Perfeito!” Ah, como eu fui inocente. Com o tempo, a série foi tomando forma e fugindo totalmente do contexto que eu havia imaginado. Teríamos um James Gordon jovem (até aí sem problema) e um mundo onde nos seriam apresentados personagens que viriam a se tornar os famosos vilões do Homem-morcego. Hora de saber no que deu essa mistura.
O primeiro episódio abre com um passeio de Selina Kyle (Camren Bicondova, clone da Michelle Pfeiffer) pelas periferias de Gotham City, que já de cara se mostra muito mais parecida com a Gotham de Batman Begins (aliás, Begins será muito usado como material de comparação, até pelo momento cronológico que a série se passa), o que é ótimo. A cidade se mostra bem crível, seguindo o padrão estabelecido pelos filmes do Nolan. E acidentalmente, Selina é testemunha do assassinato de Thomas e Martha Wayne, que deixou órfão o menino Bruce (David Mazouz, de Touch). Contra sua vontade, o policial Harvey Bullock (Donal Logue) assume o caso, que se torna pessoal para o seu parceiro, James Gordon (Ben McKenzie, de The O.C.), policial idealista recém-chegado numa cidade que está tomada pela corrupção das gangues lideradas por Falcone (John Doman) e Fish Mooney (Jada Pinkett Smith).
A série mostra que não é mais uma série de super-heróis, e usa esse mundo para contar uma história de polícia e ladrão. O clima de gangues é muito bem estabelecido, nenhuma novidade em séries do gênero, mas funciona bem. Mckenzie ficou legal como Gordon, tipo “não é excelente, mas não a peteca cair”, só falta trabalhar um pouco nas expressões e vai melhorar. Bons trabalhos mesmo foram os de Donal Logue e da Sra. Smith (a esposa do Will Smith, não a Angelina Jolie). O Bullock de Logue é absurdo de excelente, não deve em nada ao personagem das HQs, o que acrescenta na releitura feita pela série. Bullock é um reflexo do comportamento da polícia de Gotham, cansada e cínica diante de tanta corrupção, o que soa como um excelente contraponto ao fresco idealismo de Gordon. E Smith sempre mostra sua Mooney com um misto de charme e perigo, o que deixa claro que sua personagem não deve ser subestimada.
A proposta de “personagens antes de se tornarem os vilões icônicos” funcionou para alguns, como foi o caso de Oswald Cobblepott (Robin Lord Taylor), que aparentemente será o personagem desse tipo que estará mais inserido na trama principal. Mas o mesmo destaque não tiveram outros, como a pequena Ivy (Clare Foley) e Edward Nygma (Cory Michael Smith), que tiveram participações que se reduziram a fan-service e não acrescentam em nada para o episódio.
Voltando à trama principal, aparentemente a temporada envolverá o mistério da morte dos Wayne. Aliás, é a melhor cena do episódio, até pela interpretação dos atores. Eu senti mais conexão de família nesta cena do que a mesma mostrada em Begins. E David Mazouz fez um bom trabalho mostrando o desespero de Bruce sozinho no beco com os pais mortos, e sua mudança na cena com Gordon. Me fez querer ver como ele virá a se tornar o cruzado encapuzado.
Para um primeiro episódio, Gotham deixa uma excelente impressão. Particularmente eu tava esperando algo mais constrangedor, e fiquei feliz por ver uma série que pretende se levar a sério. Vi uns indícios de uns arcos que podem se bem desnecessários, mas toda série passa por isso. Só espero que tais arcos não prejudiquem a história principal, que essa sim promete.
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