Resenha: Punho de Ferro
Admito que mesmo com o começo um tanto devagar, fiquei bastante curioso para saber o que esperava Danny Rand após ver os seis primeiros episódios de Punho de Ferro, a nova série da parceria Marvel/Netflix. Imaginei que, após termos visto o herói sendo devidamente reconhecido e recuperando a sua identidade, a série engrenaria e passaria a tratar dos desafios da arma viva. Mas infelizmente, a série é lenta e se perde passando seus 13 episódios tentando responder a uma pergunta: “Quem é Danny Rand?”
E é difícil de mostrar ao público quando o próprio personagem não sabe quem é, e é essa busca, a busca por identidade própria e auto conhecimento, que leva toda a temporada. O problema é que a série não sabe exatamente pra onde caminhar, hora se dividindo entre os problemas nas empresas Rand e a ameaça do Tentáculo, enquanto o próprio herói tenta elucidar o mistério da morte de seus pais e o acidente que mudou seu destino. A trama fica confusa e por consequência tediosa até, enquanto esperamos por alguma sequência de ação que nunca chega.
Aliás as sequências de ação são outro problema. Para aqueles que esperavam algo mais voltado para o estilo dos filmes de luta orientais como O Tigre e o Dragão, a série passa longe disso. As lutas são bastante básicas, lembram bastante Demolidor. A diferença é que em Demolidor as lutas eram muito mais empolgantes e o Punho de Ferro deveria soar mais oriental, afinal o personagem é retratado como o maior artista marcial do universo Marvel, a assim chamada Arma Viva. Mas ao invés de um espetáculo marcial, vemos lutas que por vezes conseguem ser menos empolgantes do que as vistas nas primeiras temporadas de Arrow.
Apesar dos bons personagens seus dramas são pouco interessantes. Mas ainda há aqueles que se salvam, em especial Joy Meachum (que não sei por que acaba relegada e reduzida à um final pífio), Madame Gao (aqui se tornando uma espécie de Hannibal Lecter, em vários momentos ao estilo O Silêncio dos Inocentes) e a sempre excelente Claire Temple (Rosario Dawson) passeando entre as séries para ser o elemento de ligação entre todos os heróis. Mas os vilões são tão maçantes quanto a trama da série, um desperdício de David Wenham.
Com um gancho final apenas feito para garantir uma possível próxima temporada, Punho de Ferro chega mas não diz a que veio, o que é bastante preocupante. E a preocupação só aumenta, pois ela não faz uma mínima menção à próxima série, Os Defensores. Me preocupa em como a série irá trabalhar com 4 personagens principais e uma ameaça para uni-los. Como sempre, teremos que esperar para ver.