Resenha: Punho de Ferro (2ª temporada)
Apesar do péssimo desempenho da sua temporada de estreia, por incrível que pareça Punho de Ferro ganhou uma nova chance. Me pareceu um pouco de pena, todas as outras séries Marvel tinham sido renovadas. Mas já que a segunda chance foi dada, tanto a Netflix quanto a Marvel ouviram as pesadas críticas e uma total renovação foi feita, a começar com a troca do responsável pela série, saindo das mãos do fraco Scott Buck (é dele também a péssima Inumanos, que acabou após 8 episódios) para Raven Metzner. E basicamente Metzner não só fez uma temporada infinitamente melhor que a anterior, mas também melhor que as co-irmãs Jessica Jones e Luke Cage.
A série prossegue com os ganchos deixados pela primeira temporada e os expande. Danny (Finn Jones) agora segue preenchendo a lacuna deixada por Matt e mantendo a sua promessa ao final de Os Defensores, mas diferente do seu desempenho nela, ele aprende com seus atos e tenta se tornar melhor, menos cabeça quente, mostrando um desenvolvimento ao longo da temporada. Mas isso também se deve ao seu arco principal, de como ele cada vez mais vai se tornando dependente do poder do punho, Jones consegue uma boa atuação e convence no desenvolvimento do personagem. Pelo menos deixou de ser o chato “Punho de Ferro imortal de K’un Lun” e isso já é um avanço.
E a força das séries Marvel reside principalmente no seu elenco de apoio, e Jones está muito bem amparado aqui. Todos os personagens seguem numa estrada de aprendizado, crescem, tem tempo de tela para se desenvolverem e tem suas questões resolvidas ao término da temporada. Colleen Wigg (Jessica Henwick) é de longe a mais desenvolvida e com o final mais satisfatório e se torna mais do que simplesmente a namorada do herói. Sua parceria com Misty Knight (Simone Missick) prossegue como iniciada em Luke Cage e aqui rende ótimas cenas de desenvolvimento para ambas as personagens, não somente para apoio à Danny (Teste de Bechdel aprovada!). Davos (Sacha Dawhan) volta como um bom vilão, sua visão de mundo deturpada misturada com o rancor por Danny ajuda a validar suas motivações. E como ele também se corrompe, à sua maneira, com o poder. Os irmãos Meachum são os que tem o desenvolvimento mais arrastado, principalmente Joy (Jessica Stroup), mas até ela consegue bons momentos. E Ward (Tom Pelphrey) passa por um crescimento interessante e cada vez mais se distancia do cara que conhecemos no início da série. Destaque também para a nova personagem Mary Walker (Alice Eve) e todo o lance da dualidade e o mistério que a cerca. Walker também traz ótimas sequências de ação e deixa mistérios que valem muito a pena darem seguimento não só na série do Punho de Ferro mas pode ser expandido para outras séries também.
Por falar em ação, como a ação da série agrada. Muito bem filmada, com ritmo e ótimas coreografias, as lutas dão muito clima pra série, algo que definitivamente foi melhorado em relação à temporada anterior, onde só houveram duas lutas que valem ser lembradas. E a série faz questão de não envolver só o astro principal e o vilão nela, mas Colleen e Misty também ganham ótimas sequências (a cena da luta delas contra as irmãs garça é ótima). E a temporada termina com enormes possibilidades e deixa ganchos muito interessantes para serem explorados em seu futuro, além de trazer easter eggs bem legais envolvendo o Universo Marvel do cinema. Punho de Ferro agarra a sua segunda chance com toda a força e nos traz uma temporada bastante consistente. Pode não ter superado um Demolidor, mas apaga de vez a má impressão da sua estreia. E isso por si só já é uma vitória.