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Resenha: Resident Evil – Bem vindos a Racoon City

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Filmes de game sempre foram um tópico bastante problemático em Hollywood. Os filmes que levaram importantes personagens para as telonas nunca conseguiram encontrar um equilíbrio entre contar uma boa história para todo o público e agradar os fãs mais ardorosos das franquias. Geralmente o segundo sempre acaba ganhando na cabeça dos estúdios, o que acaba por tornar uma obra um grande apanhado de referências para fugir das críticas de um público muito exigente. E, no final, são raríssimos os filmes que conseguem entregar ambos, em uma completa falta de identidade. O reboot da franquia Resident Evil, a mais bem sucedida de um game nos cinemas, tenta fugir disso.

O que nos filmes anteriores, dirigidos por Paul W. S. Anderson e estrelados por sua esposa Mila Jovovich, era mais para uma inspiração daquele universo (sendo que o segundo filme consegue ser uma adaptação ideal em um filme fraco), o reboot abraça por completo a aura do game de survivor/terror. O filme é todo contado pelo ponto de vista da jovem Claire Redfield (Kaya Scoledario, de Predadores Assassinos) que, após anos, retorna a sua cidade natal, Racoon City, para reencontrar seu irmão Chris (Robbie Amell, de A Babá) e desvendar um possível acidente causado pelas Indústrias Umbrella que estaria deixando a população local doente. A verdade acaba por se tornar uma luta por sobrevivência noite adentro.

A nova adaptação assume o lado mais trash, abusando das sombras e do ambiente escuro para criar a atmosfera de terror. O filme aproveita para usar desse tom criado com um misto de “A Noite dos Mortos-Vivos” com recriações das cinematics (sequências animadas) dos games. A própria introdução com o caminheiro é recriada aos mínimos detalhes do segundo jogo da franquia.

Detalhes assim ajudam a trazer a adoração do gamemaníaco, mas raramente contribuem à experiência do espectador comum. A ele, resta uma história rasa, com o mínimo de explicação para que ele entenda o cenário principal (a história dos irmãos) e o pano de fundo (o acidente causado pela Umbrella). Depois, se torna uma sessão de corre-corre, gritaria e todos os outros clichês de filmes de terror dos anos 80, dos que iam direto para as locadoras. Tudo isso regado à uma enxurrada de nomes, momentos e easter eggs dos games.

Os atores são muito mal utilizados, nenhum chega a ter grande destaque. O principal problema mora no roteiro, que acaba por torná-los completos idiotas nas decisões que tomam. Sobrando às mulheres da trama, tanto Claire quanto Jill (Hannah John-Kamen, de Homem-Formiga e Vespa), resolver as situações.

O novo Resident Evil não traz nada de novo, e se torna apenas mais uma adaptação no meio de tantas. Até sonhando com as mesmas pretensões, ao introduzir mais uma personagem dos games esperando obter uma reação de espanto e júbilo dos fãs. Mas que no final, apenas consegue no máximo um “meh”.

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Beto Menezes

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